Hiperinflação: inflação acima dos níveis adequados e fora de controle. O que ocorre é um encarecimento rápido dos produtos, recessão e desvalorização acentuada da moeda.
Esse era o quadro do Brasil no período do governo Sarney, sucessor de Tancredo Neves na presidência. O Plano Cruzado entra em ação, congelando preços e fazendo sumir produtos das prateleiras dos supermercados. Sofremos as conseqüências desse governo até os dias de hoje, devido aos empréstimos que fizeram a inflação decolar para 2.751% até o fim desse mandato. Temos também a redemocratização brasileira chegando nos ventos das primeiras eleições diretas depois de 29 anos. Não podemos esquecer da aprovação da Constituição de 1988.
Depois de uma breve passada pelo quadro político do país, voltemos os olhos para a música. O rock nacional estava muito em alta com seus representantes de peso e suas baladas que estão na moda até os dias de hoje. Temos Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Titãs, Sempre Livre, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e muitas outras.
A letra a ser analisada será a de um ex-Barão Vermelho, aquele cujas letras inspiram filosofia, versos de amor e identificação imediata. Sim, é ele mesmo: Cazuza, com a música “Ideologia, do álbum “Ideologia”, de 1988.
Esse era o quadro do Brasil no período do governo Sarney, sucessor de Tancredo Neves na presidência. O Plano Cruzado entra em ação, congelando preços e fazendo sumir produtos das prateleiras dos supermercados. Sofremos as conseqüências desse governo até os dias de hoje, devido aos empréstimos que fizeram a inflação decolar para 2.751% até o fim desse mandato. Temos também a redemocratização brasileira chegando nos ventos das primeiras eleições diretas depois de 29 anos. Não podemos esquecer da aprovação da Constituição de 1988.
Depois de uma breve passada pelo quadro político do país, voltemos os olhos para a música. O rock nacional estava muito em alta com seus representantes de peso e suas baladas que estão na moda até os dias de hoje. Temos Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Titãs, Sempre Livre, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e muitas outras.
A letra a ser analisada será a de um ex-Barão Vermelho, aquele cujas letras inspiram filosofia, versos de amor e identificação imediata. Sim, é ele mesmo: Cazuza, com a música “Ideologia, do álbum “Ideologia”, de 1988.
Música: Ideologia
Autores: Cazuza/ Roberto Frejat
Interprete: Cazuza
Meu partido/ É um coração partido/ E as ilusões/ Estão todas perdidas/ Os meus sonhos foram todos vendidos/ Tão barato que eu nem acredito/ Eu nem acredito/ Que aquele garoto que iria mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Freqüenta agora as festas do Grand Monde/ Meus heróis morreram de overdose/ E meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver.
O meu prazer/ Agora é risco de vida/ Meu sex’n’drugs/ Não tem nenhum Rock’n’Roll/ Eu vou pagar a conta do analista/ Pra nunca mais ter que saber quem eu sou/ Saber quem eu sou/ Pois aquele garoto que iria mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Agora assiste a tudo de cima do muro/ Meus heróis morreram de overdose/ E meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver.
A primeira vista, só de ler o protesto de Cazuza, já é possível notar que o Brasil é problemático desde a sua redemocratização. A música vem dizendo “Meu partido/ É um coração partido/ E as ilusões/ Estão todas perdidas/ Os meus sonhos foram todos vendidos/ Tão barato que eu nem acredito/ Eu nem acredito...”. No Brasil é sempre assim: você ouve os candidatos falando nas campanhas eleitorais, prometendo mundos e fundos, aí vai o indivíduo e vota nele. Qual é o seu partido? PT? PMDB? PSDB? Ora, meu partido é um coração partido. Do que adianta escolher um desses se nenhum pode resolver meu problema? Só resta lamentar e ver que “os meus sonhos foram todos vendidos, tão baratos que eu nem acredito”. “Que aquele garoto que iria mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Freqüenta agora as festas do Grand Monde...”é simples de se entender porque temos um exemplo disso na ativa. O Lula era a grande esperança brasileira no novo milênio. Começamos o século XXI com expectativas positivas sobre o nosso novo governo marxista (que, por sinal, rumava de mãos dadas em direção ao caminho para qual ruma a América Latina, mas isso não vem ao caso...). Claro, as palavras de Cazuza estão mais do que certas. E o refrão soa um tanto quanto pessimista quando diz “Meus heróis morreram de overdose/ E meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver...”, dizendo que as ideologias fundadas pelos ídolos dos tempos de “paz e amor” parecem estar indo por água a baixo. Junta-se a isso a supremacia de seus inimigos, o que é de se questionar: “Pô, pra onde eu vou agora?”.
A partir daqui a música não vê um futuro muito bom para o nosso país: “O meu prazer/ Agora é risco de vida/ Meu sex’n’drugs/ Não tem nenhum Rock’n’Roll/ Eu vou pagar a conta do analista/ Pra nunca mais ter que saber quem eu sou/ Saber quem eu sou...”. Já que o sistema anda desconjuntado, não há muito o que se esperar daquele momento em diante. Todos os prazeres já perdem sua importância, afinal é necessário trabalhar para sobreviver. O homem precisa se desdobrar para conseguir se sustentar em tempos de crise. E aí repete-se o pré-refrão, mas com um verso de chamar atenção que é “...Agora assiste a tudo de cima do muro...”. Ou seja, nunca ninguém sabe de nada ou não viu. O companheiro presidente que o dia, né Lula? Estamos aqui debaixo, vivendo tudo isso de perto e o companheiro lá do alto. Ê, Brasil!
Enfim, o que você espera do Brasil? Somos um país do futuro, já ouviram falar sobre isso? Mas isso já vem sendo dito há tempos. Que futuro é esse que não chega? Onde iremos parar desse jeito? Do que podemos nos orgulhar senão nosso vasto tesouro natural? Nem nossa seleção de futebol vai bem, meu rapaz. É, agora sou eu quem diz: Ideologia, eu quero uma pra viver!!! E não é ideologia de carnaval e futebol...
Autores: Cazuza/ Roberto Frejat
Interprete: Cazuza
Meu partido/ É um coração partido/ E as ilusões/ Estão todas perdidas/ Os meus sonhos foram todos vendidos/ Tão barato que eu nem acredito/ Eu nem acredito/ Que aquele garoto que iria mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Freqüenta agora as festas do Grand Monde/ Meus heróis morreram de overdose/ E meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver.
O meu prazer/ Agora é risco de vida/ Meu sex’n’drugs/ Não tem nenhum Rock’n’Roll/ Eu vou pagar a conta do analista/ Pra nunca mais ter que saber quem eu sou/ Saber quem eu sou/ Pois aquele garoto que iria mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Agora assiste a tudo de cima do muro/ Meus heróis morreram de overdose/ E meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver.
A primeira vista, só de ler o protesto de Cazuza, já é possível notar que o Brasil é problemático desde a sua redemocratização. A música vem dizendo “Meu partido/ É um coração partido/ E as ilusões/ Estão todas perdidas/ Os meus sonhos foram todos vendidos/ Tão barato que eu nem acredito/ Eu nem acredito...”. No Brasil é sempre assim: você ouve os candidatos falando nas campanhas eleitorais, prometendo mundos e fundos, aí vai o indivíduo e vota nele. Qual é o seu partido? PT? PMDB? PSDB? Ora, meu partido é um coração partido. Do que adianta escolher um desses se nenhum pode resolver meu problema? Só resta lamentar e ver que “os meus sonhos foram todos vendidos, tão baratos que eu nem acredito”. “Que aquele garoto que iria mudar o mundo/ Mudar o mundo/ Freqüenta agora as festas do Grand Monde...”é simples de se entender porque temos um exemplo disso na ativa. O Lula era a grande esperança brasileira no novo milênio. Começamos o século XXI com expectativas positivas sobre o nosso novo governo marxista (que, por sinal, rumava de mãos dadas em direção ao caminho para qual ruma a América Latina, mas isso não vem ao caso...). Claro, as palavras de Cazuza estão mais do que certas. E o refrão soa um tanto quanto pessimista quando diz “Meus heróis morreram de overdose/ E meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver...”, dizendo que as ideologias fundadas pelos ídolos dos tempos de “paz e amor” parecem estar indo por água a baixo. Junta-se a isso a supremacia de seus inimigos, o que é de se questionar: “Pô, pra onde eu vou agora?”.
A partir daqui a música não vê um futuro muito bom para o nosso país: “O meu prazer/ Agora é risco de vida/ Meu sex’n’drugs/ Não tem nenhum Rock’n’Roll/ Eu vou pagar a conta do analista/ Pra nunca mais ter que saber quem eu sou/ Saber quem eu sou...”. Já que o sistema anda desconjuntado, não há muito o que se esperar daquele momento em diante. Todos os prazeres já perdem sua importância, afinal é necessário trabalhar para sobreviver. O homem precisa se desdobrar para conseguir se sustentar em tempos de crise. E aí repete-se o pré-refrão, mas com um verso de chamar atenção que é “...Agora assiste a tudo de cima do muro...”. Ou seja, nunca ninguém sabe de nada ou não viu. O companheiro presidente que o dia, né Lula? Estamos aqui debaixo, vivendo tudo isso de perto e o companheiro lá do alto. Ê, Brasil!
Enfim, o que você espera do Brasil? Somos um país do futuro, já ouviram falar sobre isso? Mas isso já vem sendo dito há tempos. Que futuro é esse que não chega? Onde iremos parar desse jeito? Do que podemos nos orgulhar senão nosso vasto tesouro natural? Nem nossa seleção de futebol vai bem, meu rapaz. É, agora sou eu quem diz: Ideologia, eu quero uma pra viver!!! E não é ideologia de carnaval e futebol...
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